Quer ser seu próprio chefe? Inspire-se em histórias de sucesso do universo do empreendedorismo

Dizem que o brasileiro é um empreendedor por natureza. Prova é que segundo o mais recente relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2022, realizado pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), 67% da população adulta do País está envolvida com empreendedorismo, seja porque já tem um negócio, está tomando providências ou deseja começar uma empresa nos próximos três anos. Em números absolutos, essa porcentagem representa um total de 93 milhões de pessoas entre 18 e 64 anos, sendo 42 milhões que já empreendem e outros 51 milhões de potenciais empreendedores. Inspire-se em histórias de sucesso de pessoas que apostaram no empreendedorismo para realizar o sonho de ter o seu próprio negócio.

Inteligência na lavanderia

A chegada da 5àsec, uma rede especializada na limpeza e no tratamento de tecidos, foi um divisor de águas no mercado brasileiro. Em 1994, os tintureiros costumavam retirar as roupas dos clientes em suas casas e devolvê-las cerca de 15 dias depois. Era normal ouvir o aviso “Olha o tintureiro!” por diversas cidades brasileiras. Isso porque, na época, o mercado de lavanderias no País era bastante incipiente. Naquele mesmo ano, a 5àsec – Textile Expert chegava ao Brasil.
 

Mais que uma lavanderia, a 5àsec é uma empresa expert na limpeza, no cuidado e no tratamento dos tecidos que revolucionou o mercado brasileiro no seu segmento. A empresa sempre se preocupou em buscar soluções de ponta para tornar todos os processos mais eficientes, desde os que envolvem a lavagem das roupas, até os sistemas de gerenciamento das lojas. Com isso, foi possível desenvolver uma lavanderia inteligente, que se destaca no mercado ao oferecer um serviço de qualidade aos clientes.
 

A rede abriu suas primeiras lojas, entregando roupas como ternos, por exemplo, em até uma hora. Para os clientes e para todo o mercado esse fato foi revolucionário. Por suas características de inovação e vanguarda no segmento, a marca se consolidou no mercado mundial, especialmente no mercado brasileiro. A primeira loja foi aberta em 1968, em Marselha, na França, mas a marca está presente em mais de 30 países e tem a operação brasileira como a maior do mundo, com mais de 530 pontos de venda em todas as regiões, mais o Distrito Federal. Há seis anos, a 5àsec é comandada pelo CEO, Fábio Roth, que foi o responsável pela reestruturação da rede no Brasil, consagrando a marca como a maior do segmento de lavanderia em território nacional. O empresário também está à frente do projeto LavPop, lançado em 2022, a segunda marca do Grupo 5àsec.

Da garagem de casa para diferentes regiões brasileiras

Água Doce Sabores do Brasil foi fundada em 1990, em Tupã, no interior de São Paulo, e ingressou no segmento de Franchising em 1993. Idealizada pelo empreendedor Delfino Golfeto, a rede foi precursora de um conceito de casual dining verdadeiramente brasileiro que valoriza tanto a gastronomia quanto bebidas autênticas nacionais, com destaque para a cachaça. Os 80 restaurantes da marca apresentam pratos típicos com um toque caseiro e regional, porções generosas, drinques criativos com ou sem álcool, além de uma seleção das melhores cachaças brasileiras.
 

Com origem humilde, Delfino trabalhou como boia fria, estudou, se formou em Tecnologia de Açúcar e Álcool e fez pós-graduação em Gestão Empresarial. Com isso, assumiu o cargo de gerente agroindustrial em algumas usinas por onde passou. Mas isso não era o suficiente para ele. Um dos sonhos era abrir um espaço gastronômico, focado em proporcionar um ambiente familiar com excelência no atendimento prestado aos clientes. Em 1990, Delfino teve a ideia de aliar seu conhecimento e a apreciação por cachaças a um restaurante, criando assim a marca Água Doce. Sem muito capital para investir, o negócio foi aberto na garagem de casa, que contava com um pequeno balcão improvisado, onde eram servidas as cachaças e os coquetéis diversificados para degustação.
 

Além da facilidade de Delfino em selecionar boas bebidas, a esposa Silvia Maria tinha “mãos de fada” para preparar quitutes de dar água na boca, fatores que contribuíram diretamente para divulgar o nome e promover a fama da Água Doce, que rapidamente virou referência na região. Já em 1993, com os processos e padrões mais maduros, a Água Doce decidiu dar um novo passo e abriu a primeira unidade franqueada. A aceitação do mercado foi evidente e o ritmo de expansão se acelerou, em 1995, atraindo investidores de diferentes partes do Brasil.
 

A evolução continuou e, em 2006, foi criada a Central de Distribuição Logística, para atender à demanda dos restaurantes da marca, que se espalhavam por vários estados. Com um cardápio robusto de acento tropeiro, os restaurantes da Água Doce são destino para famílias e grupos de amigos que buscam fazer de almoços, jantares, happy hours e confraternizações variadas um momento especial de entretenimento. Além do extenso menu de cachaças e drinques, a casa é reconhecida por servir o melhor Escondidinho do País.

Empresa familiar, de avô para neta

Criada há 74 anos em Parobé, no Rio Grande do Sul, a Calçados Bibi foi fundada por Albino Eloy Schweitzer, sogro de Marlin Kohlrausch, ex-presidente da empresa e avô de Andrea Kohlrausch, neta e atual presidente da marca. Pioneira no segmento de calçados infantis, a companhia exporta 22% de toda a sua produção para mais de 60 países. Do total produzido pela Bibi, mais de 2,6 milhões de pares de sapatos por ano, 35% são vendidos para lojas multimarcas. 45% são colocados no mercado em lojas próprias e franquias, projeto criado em 2008, após análise de mercado, como uma estratégia para o Varejo.
 

Atualmente, a rede é composta por mais de 150 lojas, sendo 20 operações fora do Brasil, em países como Peru, Equador, Guatemala e Chile, além de atuar em mais de 3 mil multimarcas e disponibilizar aos clientes um canal de e-commerce próprio. Para dar conta da produção, há uma fábrica em Parobé (RS) e outra em Cruz das Almas (BA) que empregam 1,2 mil funcionários. Em empresas familiares, como a Calçados Bibi, sucessões na direção são inevitáveis com o passar dos anos. Marlin Kohlrausch assumiu a presidência em meados da década de 1980, atuando por 30 anos, dos 45 que possui na marca, no cargo de liderança.
 

Em 25 de abril de 2019, data em que a Bibi completou 70 anos no mercado, foi feito um anúncio sobre o processo de sucessão, para que a terceira geração desse início no comando dos negócios. Para sucedê-lo, sua filha Andrea Kohlrausch foi indicada pelos diretores e pelo Conselho Consultivo para ocupar o cargo de presidente, a partir de então. Para Andrea, assumir a presidência de uma empresa que é pioneira no segmento de calçados infantis e está em constante crescimento no mercado brasileiro há mais de 70 anos é um desafio e tanto. Liderar uma equipe e mantê-la engajada é fruto de líderes maduros que inspiram colaboradores. O principal desafio é manter o legado e DNA da marca com excelência na próxima gestão. E sabemos que todo o processo é minucioso, ou seja, a passada do bastão não pode e não deve ser feito às pressas. Dessa forma, o processo que contou com várias etapas e durou exatos sete anos.
 

Veia empreendedora desde criança

Dos 7 aos 9 anos de idade, Darlan Almeida vendeu picolés pelas ruas de Santarém (PA), depois foi camelô, fez locução e distribuiu panfletos. Aos 16 anos, ele abriu sua primeira empresa de assistência técnica de celular. Em oito anos, teve seus negócios nesse ramo, mas nada emplacou. Em 2009 a Casa do Celular foi idealizada e fundada por Darlan, hoje ainda atuante na empresa. O início das atividades se deu na cidade paraense, com um quadro de 03 funcionários, tendo à frente seu fundador.
 

Há mais de 10 anos no mercado, a rede possui mais de 180 lojas espalhadas por 24 estados brasileiros. Incluída num dos setores que mais crescem no país, o de Comunicação, Informática e Eletrônicos, a Casa do Celular é referência de mercado na comercialização de celulares, smartphones e tablets para as classes C e D devido a sua política de atendimento premium.

Da venda de argamassa e areia à locação de equipamentos

A história de Altino e seu sócio Expedito Arena têm início ainda na juventude, em Rio Claro (SP), quando os dois amigos de origem humilde compartilhavam o sonham de abrir o próprio negócio e, assim, “mudarem de vida”. E eles foram além. 30 anos depois de enxergarem uma lacuna no mercado, transformaram o pequeno depósito de material de construção em uma empresa que é referência em seu segmento de atuação, a Casa do Construtor. Hoje, a maior rede franqueadora de locação de equipamentos para construção civil e soluções para o dia a dia da América Latina conta com mais de 600 unidades em operação, sendo cinco no Paraguai e duas no Uruguai e com planos de expansão bem definidos para a América Latina e Europa, a começar por Portugal.
 

Mas, até chegar a este patamar, assim como a maioria dos empreendedores, muitos desafios foram vencidos. “Vivíamos um período em que o País estava sob altas inflação e taxa de desemprego. Empreendemos muito mais pela necessidade de sobrevivência do que por qualquer outra razão”, diz Expedito, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Conselho da Casa do Construtor. Altino concorda com o amigo. “No início, fazíamos tudo de forma muito empírica, acertando e errando. Mas chegou um momento em que começamos a entender como o negócio funcionava e percebemos que o aluguel de máquinas era mais rentável que a venda de material de construção”.

Transformando a saudade em sucesso

A ideia de montar o primeiro restaurante surgiu quando Reinaldo Varela, natural de Mirandópolis (SP), veio estudar na capital paulista e sentia falta do cheiro e sabor da comida que fez parte da sua infância e adolescência. Assim, em 1984, inaugurou o São Paulo I, em Pinheiros, em um local que lembrava uma legítima casa de fazenda do interior paulista, planejado pelo arquiteto Renato Marques de Oliveira. O ponto era próximo a muitos prédios comerciais e oferecia uma boa alternativa aos que trabalhavam na região. À noite, as pessoas se encontravam ali para ouvir moda de viola, comer porções e petiscos, além de falar sobre rally, esporte pelo qual Reinaldo é apaixonado e, até hoje, participa de competições junto com os três filhos: Rodrigo, Gabriel e Bruno.
 

Ele brinca que o rally é a profissão e a empresa o seu hobby. Em 1992, Reinaldo já atuava ao lado de sua esposa, Nani Scaburi Varela, que ajudou a impulsionar o negócio. Eles receberam um convite para montar uma loja do São Paulo I no Shopping Eldorado, em São Paulo. O restaurante foi inaugurado com um conceito que as unidades seguem até hoje: balcão grande em estilo colonial, um fogão à moda antiga, uma grande coifa de cobre sobre o fogão, muitas panelas de barro e, na parede, azulejos portugueses. Na praça de alimentação cheia de redes de fast food, o São Paulo I se tornou uma grande atração, justamente por proporcionar uma alimentação presente no dia a dia dos brasileiros. Em 1994, o casal Varela entrou no ramo das franquias.

Com a expansão da rede para fora do estado de São Paulo, foi lançado um concurso cultural com o objetivo de dar um novo nome à marca. Uma moradora de Campinas, no interior do Estado, sugeriu Divino Fogão, ganhou o concurso e um carro zero. A comida da fazenda, fresquinha a qualquer momento do dia, é a principal bandeira da Rede, que conta com mais de 215 pontos de vendas, incluindo os restaurantes localizados nos principais shoppings brasileiros e as dark kitchens, um projeto lançado em meados de 2020.
 

O “rei” das piscinas

O espírito empreendedor de Filipe Sisson ficou latente até a adolescência, quando começou a trabalhar como auxiliar de escritório na pequena empresa da família, que também era do ramo de piscinas, localizada no Rio Grande do Sul. Em menos de um ano, passou a se dedicar em tempo integral à recém-descoberta paixão pelo mundo dos negócios. Aos 19 anos e já estudante de Administração de Empresas, após um acidente de automóvel sofrido por seu pai, se viu obrigado a ficar à frente da companhia. O sucesso foi tão grande que, seis meses depois, ele assumiu, definitivamente, a função de dirigente.
 

Em cinco anos, a companhia que se encontrava em situação falimentar, passou a não apenas deter o monopólio no Sul, como também a ser a líder no mercado brasileiro e já com algumas ações externas. As vendas saltaram de 700 piscinas ao ano para mais de 3 mil, já contando com uma rede de revendedores exclusivos. Em 1994, Filipe decidiu deixar a empresa. Mas, por insistência de alguns ex-clientes, elaborou um plano para dar início a uma nova fábrica de piscinas, em que ficaria na gestão apenas por um tempo. No entanto, três anos depois, prestes a deixar o negócio conforme combinado, foi surpreendido pela proposta de ingressar na sociedade. A partir de então, já como sócio e principal executivo da empresa, a iGUi se tornou a maior fabricante e comercializadora global de piscinas em poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV), com presença em mais de 54 países e mais de um 1 milhão de piscinas vendidas.
 

Ele trocou as notícias pelos fios

A história do Grupo Kyly teve início em 1985, quando o jornalista Salézio José Martins, criou uma pequena tecelagem no Sul do Brasil, na cidade de Pomerode, em Santa Catarina. Graças a um crescimento sólido ao longo de mais de três décadas, a pequena tecelagem de malha deu lugar a uma das mais modernas fábricas de produção de roupas infantis da América Latina. Detentor de seis marcas e parceiro de uma empresa de jeans infantil, em 2023 o grupo completou 38 anos com uma produção anual de 31 milhões de peças e atuação de forma verticalizada, contando com sua própria Fiação, a Fio Puro, considerada uma das mais modernas da América Latina.

No Brasil, a empresa está presente em mais de 11 mil lojas multimarcas em 3,5 mil cidades. Além disso, o grupo exporta as coleções para mais de 36 países. Com atuação focada no modelo multicanal, com presença em multimarcas e na exportação, além do online, com sites próprios das marcas e em marketplaces, o Grupo Kyly também tem uma forte presença no Franchising. No mercado desde 2006, a Milon, marca que pertence ao grupo, é conhecida pelas peças desenvolvidas com inspiração europeia, estilo clássico e detalhes exclusivos.

A abertura da primeira loja da rede foi em 2010, em Joinville, Santa Catarina. De lá para cá, a expansão não parou mais. A empresa adotou o modelo de franquias e, atualmente, conta com 100 lojas físicas em operação. Desenvolvendo e oferecendo aos papais e mamães uma solução completa para o mercado infantil, o Grupo Kyly oferece peças das marcas Kyly, Milon, Nanai, Lemon Kids, Amora e Lemon com diferentes estilos que atendem desde o tamanho recém-nascido até o tamanho 20. Todos são criados por uma equipe exclusiva de designers e estilistas, apresentando coleções que refletem as mais recentes tendências da moda.

Homenagem ao amigo

Mr. Cheney é uma rede de franquias de cookies tipicamente americanos. Fundada no Brasil em, 2005, pelo casal Lindolfo e Elida Paiva, a marca se tornou reconhecida no mercado por meio de sua receita especial, ensinada por um amigo, o cookieman americano Jay Cheney, da Califórnia, que inspirou o nome da rede. A primeira loja foi inaugurada no bairro da Casa Verde, em São Paulo, e, desde então, as franquias começaram a se espalhar por todo o Brasil.
 

Com o diferencial do cookie recém-assado (conceito Fresh Baked), as lojas oferecem uma fornada a cada 20 minutos, espalhando o aroma inconfundível por todo o ambiente. Além do cookie, o Mr. Cheney também oferece outras sobremesas, como Cookie Ice Mountain (com sorvete), Brownie, e a Apple Cobbler, que é uma sobremesa montada com um cookie de chocolate branco coberto com maçãs e assadas cobertas com açúcar mascavo e canela, servida com uma bola de sorvete de creme, chantilly e calda de caramelo, entre outras opções, sendo algumas sazonais. A marca possui mais de 80 unidades em operação, espalhadas em 14 estados brasileiros.

Ressignificando brechós

Perguntada sobre sua história empreendedora, Bruna Vasconi, CEO e fundadora da rede de brechós Peça Rara, volta no tempo. “Acho que desde criança uma pequena empreendedora morava em mim. Durante muito tempo brinquei de lojinha com a minha madrinha. Aos 13 anos, comprei roupas em São Paulo e revendi para as minhas amigas em Brasília. Trabalhei numa banca de revistas vendendo balinhas, figurinhas a livros de romance. Aos 18, cursando psicologia ampliei meu mix de produtos para lingeries, chocolates, semi-joias, bijuterias, produtos de beleza e até velas (feitas por mim!). Aos 24 anos, prestes a me formar e já casada e com dois filhos, precisava sustentar as crianças. Foi aí que surgiu meu primeiro emprego formal idealizado por mim e que se tornou o meu primeiro negócio – Peça Rara Brechó. Há 16 anos reinventei e ressignifiquei o brechó no Brasil”.

Em 2019, o Peça Rara passou de 7 lojas próprias para o início de sua rede de franquias por meio do investimento do empresário José Carlos Semenzato. Em 2022, veio a sociedade com a atriz Deborah Secco, que trouxe visibilidade para a marca. A rede de franquias é líder no segmento de brechós, possui 110 lojas espalhadas pelo país e pretende fechar 2023 com 140 unidades e faturamento de R$ 190 milhões

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